segunda-feira, 29 de julho de 2013

E se tudo fosse mesmo mais simples... andamos mesmo a complicar!

Bom dia meus lindos!

Tenho dado por mim a pensar, sem cessar, que a vida é muito mais simples do que parece e do que andamos para aqui a espalhar em jeito de boa nova. Sempre que me deparo com uma novidade, reparo que tudo aquilo tem mais de omissão do que de outra coisa qualquer, mas sabe sempre bem sentir que estamos a ser tocados por algo que não nos pertencia e agora se revela como nosso ou próximo de nós. Mas a minha grande questão é: porque andamos nós a complicar as nossas vidas e dos outros?
Não tenho uma resposta como certa, acredito mesmo que para cada cabeça haverá uma resposta diferente, mas arrisco apresentar aqui um pensamento: complicamos para nos sentirmos mais importantes! Somos pequeninos e queremos ser grandes, ocupar um lugar de destaque, ficar para a história, queremos reconhecimento, ... mas andamos em cima de ombros de gigantes desde que nascemos, é bom lembrar a toda a hora. Não pensamos tudo de novo, mas pensamos tanto que acabamos por ficar enrolados nos nossos próprios pensamentos, ao ponto de acreditarmos de forma violenta na veracidade e novidade daquelas construções.
Uma das minhas últimas descobertas literárias tinha lá esta pérola "ele pensa... se calhar é por isso que não percebe nada." Não quero com isto dizer que não devemos pensar, mas é hora de assumir o lugar do nosso pensamento, principalmente no acto de conhecer e perceber. As coisas são simples, para cada decisão existe um número mais ou menos limitado de opções e quando escolhemos uma devemos aprender a viver com essa. O mesmo se passa com o significado e referência que damos a cada palavra que compõe um pensamento (não há pensamentos sem palavras...), porque atropelar tudo para atingir a novidade pode ser a porta de entrada nesse exercício de complicação.

Beijos e até já.



sábado, 20 de julho de 2013

Viver mata...




Ora bem caríssimos, que dizer depois da última e feliz entrada…continuar se calhar?

Não que o queira tornar complicado, mas parece-me muito mais interessante e correto,  escrever que o Homem não é simples mas simplesmente complicado. Caso contrário não continuaríamos aqui a tentar decifrar.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Posso cair... caí... mas vou levantar-me um dia e aprender que serei sempre menos do que me pintam.

Bem-hajam os meus caros comparsas!

Mais um dia e o que vos poderei dizer para lá do que a imagem sugere...!? posso dizer que não é pela cerveja que se cai bem no fundo, mas é verdade que todos nós já rebolamos no chão depois de umas quantas cervejas bem aconchegadinhas a viajar junto dos glóbulos vermelhos e brancos. Como poderei esquecer aquelas festas que a meio já nos juntavam de tal forma que tudo parecia mais passível de ser festejado do que a conquista do campeonato pelo Benfica!?
Bem, mas tudo na vida tem o seu tempo e o dessas festarolas passou de uma forma tão feliz e com tantas experiências que o grupo dos cinco esteve sempre pronto para mais uma. Agora que um de nós se avizinha daquele passo fundamental, a saber, o de escolher com quem passar alguns anos da sua vida (todos os que restam na melhor das hipóteses e a que eu espero), estou cheio de ideias sobre o que são as relações pessoais. Sempre fui um crente nas relações entre pessoas, digo isto referindo-me às relações de todos os níveis. Tudo o que sou hoje devo-o a alguém e nada do que serei o poderei ficar a dever a quem me proporcionar, por isso continuo a acreditar que a sociedade, esta que tem tantos defeitos e vícios, é uma das melhores coisas que me foi possível conhecer.
dito isto... Ao ouvir hoje um programa de televisão que versava sobre a "Felicidade", não consegui deixar de pensar que o Homem é tão simples que é incompreensível para todos os que o querem como complicado. E não é que agora um dos elementos chave para medir a Felicidade é o Conforto!? Ora, tendo isto presente lá continuei a ouvir e consegui perceber que o velho dito "o dinheiro não compra felicidade, mas ajuda" está certíssimo até ao ponto de saturação... pois é, a química (entre outras disciplinas) é tramada, ensinou-nos que a Natureza tem regras de saturação e a vida deste Homem é tão simples como a Natureza a que ele pertence. O excesso faz mal, por exemplo, no que toca ao dinheiro, a Felicidade consegue-se quando o conforto existe, antes ou depois disso não é líquido que os cobres ajudem ao aumento de felicidade. Mas explicar isto aos cidadãos do Mundo não será tarefa fácil, mas aqui deixo uma pequenita ajuda!
Fiquei surpreendido, quando vim para aqui escrever, com o que foi escrito e como se adequava a esta minha problemática... é verdade, um Homem sem desejos é o mesmo que uma ferramenta utilizada de forma mecânica, todavia este mesmo Homem não deve esquecer que o seu desejo é fruto de uma série de factores socio-psicológicos que dificilmente dominará e compreenderá. Por outro lado, ele pode compreender como conhece e digo-o até dos desejos que parecem nascer tão alegre e simplesmente como os sonhos. Nada nasce por obra do acaso, já alguém dizia de forma bem pertinente que "não há coincidências" e eu pouco mais tenho a acrescentar a esta frase que fez e faz escola. As coisas são aquilo que nós nelas colocamos e se respeitarmos isto poderemos respeitar todos aqueles que nos rodeiam e que poderão ser atropelados pelos nossos desejos e ambições. Conhece-te a ti mesmo e conhecerás a verdadeira dimensão do Mundo, porque este ficará sempre aquém daquele que o pensa.
Caí, alguém me pintou para lá daquilo que eu sou, um fantasma é impossível de vencer... mas vou levantar-me, porque sempre que acontece uma queda resulta algo e nem só de fantasmas se escreve a história.

Beijos e até já.


ps.: Ontem aprendi uma bela lição e tudo se pintou de cor-de-rosa, hoje outra assim assim... como é duro viver!

Então, e se Deus fôr matemático?

"Realmente, se um dia de facto se descobrisse uma fórmula para todos os nossos desejos e caprichos - isto é, uma explicação do que é que eles dependem, por que leis se regem, como se desenvolvem, a que é que eles ambicionam num caso e noutro e por aí fora, isto é uma fórmula matemática exacta - então, muito provavelmente, o homem deixaria imediatamente de sentir desejo. Pois quem aceitaria escolher por regras? Além disso, o ser humano seria imediatamente transformado numa peça de um orgão ou algo do género; o que é um homem sem desejos, sem liberdade de desejo e de escolha, senão uma peça num orgão?"

terça-feira, 16 de julho de 2013

Há coisas, mas há muito mais do que coisas!

Bem-hajam os meus queridos e os que também andam por aqui!

Seguia já no quente o ano de dois mil e qualquer coisa que agora não me recordo, quando o grupo dos cinco voltou a reunir-se para mais uma de festa, desta vez na cativante cidade de Coimbra. A recepção esteve ao mais alto nível do jeitoso que por lá passava em transito, aquele que em outro lugar fora alcunhado de número "2". Já de copo na mão, como é bom de constatar na basta tradição de estudantes e pessoas que estudam, o nosso aguerrido defesa lutava em defesa de valores que o ultrapassavam, mas que ele persistia em fazer passar para os que acabavam de chegar. O repto não demorou a ser aceite, bastou um largar de trouxas e dois dedos de conversa fiada, mais do que isso seria desperdício de tempo e tesos de tempo estavam todos porque acreditavam que um fim-de-semana passa a correr e nada mais havia para fazer. Daí até à entrada no primeiro estabelecimento de boa pinga e muito amor foi um tirinho! Lá dentro jorrou a cerveja bem fresca, um cigarro fumado de forma descomprometida e mais algumas palavras foram trocadas sobre todos os assuntos que surgissem. Podia-se falar de moda, sim, de roupinhas e cores lindas, podia-se falar de política no mais despropositado sentido teórico ou das práticas de um qualquer que ocupasse um lugar de direcção, da banca e dos seus lucros, mas também dos nossos lucros com tudo o que se estava a passar. Por vastos momentos nada mais interessava, nem mesmo as meninas que estavam sentadas ao nosso lado, nada! Mas também sempre acontecia a um de nós uma coisa sem sentido e ao seguir esse desatino lá se desviava da conversa para voltar a ela com uma novidade capaz de desconcertar tudo e todos... o avistamento de algo mais interessante que poderia catapultar a vida de qualquer jovem para a estratosfera do prazer. Mas já diz o povo e sabiamente, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe e estes desvios peregrinos normalmente acabavam sem mais. Mas aquele era um fim-de-semana que estava a ser escrito para ficar na memória de todos, do que primeiro partiu em direcção ao recinto da queima, mas também no daqueles que não lhe seguindo de imediato os passos, terminaram a primeira noite a vaguear pela cidade e a tentar ensinar o hino nacional a um par de meninas vindas da longínqua Nova Zelândia.  A noite por esta aventura já merecia um relato, mas ela ainda estava a meio e o grupo de cinto tinha passado a quatro - não esquecer que alguém tinha entrado no recinto... - quando se entrou num bar com piano mais escrito do que tocado. Aí nasceu uma nova vida, porque mais uma cerveja era bebida, porque mais um cigarro era queimado e muita conversa se dispunha na frente dos outros quando alguém reparou que umas meninas de origem asiática estavam mesmo ali ao lado. Ele ainda hoje é conhecido por esse gosto, por essa vontade de viajar para a luminosa cidade de Tóquio e tudo se deu a entender naquele momento. Mas se a primeira noite terminava com esta novidade, a segunda prometia desde cedo ser uma maravilha. Começou com mais umas voltinhas por estabelecimentos de saída fácil e entrada facilitada, onde a cerveja jorrava fresca, o fumo fazia-se sentir mais do que o oxigénio e as meninas lá se passeavam. Não foi surpresa para ninguém quando o nosso defesa desapareceu mesmo à frente dos nossos olhos para se colocar junto de um grupo de donzelas ao balcão. Num abrir e fechar de olhos ele tinha feito dispor uns quantos shots, assim eram servidas as meninas, o menino e este menino. Depois de beber aquela bomba etílica, pedi uma cerveja e saí para deixar o nosso galante à vontade com a conversa do douto safado (safado aqui deve entender-se daquele que se safa, ou que se desenrasca, que passa o ano e de ano), mas saído do boteco tinha outro a jogar à defesa e como estava sozinho na árdua tarefa de defender sentiu logo a ausência do seu comparsa. Eu lá fui explicando que ele estava bem e sereno, mas a pressão sentida devia ser tal que só aumentou quando este viu o outro já sentado numa sacada a acender um cigarro especial enquanto prometia apontamentos de língua estrangeira (visto a esta distância até parece destino...). Depois de tanta aventura lá seguimos de copo cheio na mão para o recinto e desta vez entramos todos cheios de vontade de passar a noite como ela merecia ser passada. Mas lá está, mais uma vez seguindo o honrado povo, pau que nasce torto tarde ou nunca se endireita, e se naquela noite se sentiu a falta de um, agora sentia-se a falta de outro. Ele desapareceu tão depressa como apareceu e vinha lá de cara à banda! Ao que parece também é verdade que de noite todos os gatos podem ser pardos e ele tinha saído com quem tinha mais do que ele esperava, tanto que no desenfreado falatório só retive a frase "parecia que tinha ... por todo o lado, eram pelo menos quatro!"
A noite seguiu como todas as nossas noites, os cinco voltaram juntos e sozinhos para as suas caminhas e se as memórias contam para alguma coisa, estas marcam ainda algumas conversas presentes.

Beijos para todos e até já.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Máscaras de oxigénio...

There´s a soul that dislikes to fall,
And this doesn´t mean that the mind never crawled.

The chain of freedom is more appealing than the chain of attachment,
And this crystal doesn´t weeps easily in the sweet prospect of abandonment.

Passe de letra e toda a técnica para se fazer um golo de baliza a baliza.

Bem-hajam meus mui estimados companheiros!

O dia tinha sido longo e a noite tendia para um fim semelhante ao de tantas outras que juntara alguns companheiros. Falo da minha perspectiva, pois claro, porque o que lhes passava nas cabeças pertencia-lhes e a mim só me surpreendiam a cada novo gesto gesticulado ou palavra proferida. Tantas vezes já tinha estado ao lado deles, mas esta noite tinha-se tornado especial porque pela primeira vez juntava-nos em número ímpar de cinco! Pitágoras nem tinha o maior apreço por este número, ele adorava e fazia adorar um outro ímpar e a verdade é que esta sequência de frases que aqui cai da forma mais estrambólica que me foi possível pensar serve de bom exemplo ao que muitas vezes aconteceu nessa primeira noite - os pensamentos eram esvoaçantes e muitas vezes desconexos com o simples fim de divertir e espicaçar.
Vistos à distância, com olhar vesgo e tremido de quem não mira, poderíamos parecer uma massa amorfa, uma mescla de que resultaria um só ou indistinguíveis seres enquanto singulares. Tal como um bando, um cardume ou uma alcateia, os nossos movimentos eram coordenados naturalmente, porque a diversão pode ser um elo tão forte como o instinto de defesa ou ataque. Mas não, afinando o olhar seria possível desvelar um conjunto de características que mais poderiam separar do que juntar, todavia todas as equipas se constituem de diferentes e nós tínhamos um plantel equilibrado, capaz de preencher da melhor forma cada posição. Eu, mais cedo do que queria e me seria útil, defini-me como um número "10" e os restantes quatro não demoraram muito a perceber que poderia, de facto, jogar mesmo ali. É fácil de ver, seguindo a gíria futebolística, que eu estaria sempre perto do atacante, mas raramente perto o suficiente da baliza para marcar golos. Seria quem transportava e passava, mas rematar não era para mim! Havia um "guarda-redes" ou número "1", ele pelo menos dizia-se digno desse lugar onde facilmente se encontram o amor e o ódio. Ele era capaz de se atirar para apanhar as bolas, mesmo aquelas que corriam junto ao chão, era capaz de lançar algumas com grande firmeza para outros correrem e correrem com elas, ou de tirar dos pés dos adversários o golo certo, e naquela noite ficou conhecido de todos e por todos foi-lhe entregue o lugar que merecia. Diz-se que uma equipa se constrói de trás para a frente e seguindo essa teoria esta equipa de cinco tinha dois bons defesas, ui! O central de marcação era já um douto face a muitos temas e no que se refere à bola não o era menos do que em literaturas românticas. Mas este central era muito mais do que um defesa, ele merecia o número "2" com tradição em azul, ele era duro como um muro de betão a defender, mas subia muito bem no terreno para aproveitar todas as oportunidades de golo. É sabido que marcar golos não é com defesas, mas este lá ia fazendo o seu por época e agora nesta equipa era o que mais festejava sempre que conseguia o seu intento - corte ou golo. O outro defesa era o "pivô" defensivo, aquele que nem sempre damos por ele, mas que quando falta e falha toda a equipa se ressente. É claro que a sua falta já se fez sentir, mas também é por isso que hoje posso falar dele com tanta convicção. Este nosso número "6" era engenhoso, sabia bem guardar-se para as maiores dificuldades, foi mesmo acusado de atacar pouco, mas, por exemplo, o que seria de um "10" sem um "6" a guardar as suas costas!? A sua utilidade era irrefutável e a precisão com que se fazia notar ou ausentar no jogo era tal que até ele foi marcando golos. Para uma equipa ser verdadeiramente temida tem que ter um avançado de fazer tremer as pernas dos adversários e nós tínhamos esse avançado, esse número "9"! Ele era bom de pés, corria como um avançado deve correr e fintava como poucos - tanto que até fintava o resto da própria equipa. Se a equipa se constrói de facto de trás para a frente, neste caso poder-se-ia dizer que esta tinha o equilíbrio certo para durar uns bons anos e continuar a ter sucessos em competição, porque tinha muito mais do que a valência de cada um para o lugar que ocupava naquela noite e para o qual parecia talhado, tinha um grupo de dotados polivalentes e todos defenderam, todos caíram por uma bola e golos foram marcados com mais ou menos público presente ou atenção prestada.
Para este grupo de cinco aquela noite foi o arranque de uma história cheia de estórias e histórias, os capítulos que foram vividos não serão escritos, porque há coisas que não são passíveis de serem escritas, mas o exercício de brincar com as palavras e lembranças seguirá sempre que me for possível.

Beijos para todos deste que vos escreve.

domingo, 7 de julho de 2013

Porque é bom de ler, mas ouvir o original sabe mesmo bem!

gosto de me drogar
de beber como um louco
acho sempre que é pouco
quero engolir o mar

só assim me suporto
e então não me importo
de ouvir cantar o fado
e ficar deslumbrado com...
sei lá o quê.

com 10 copos a mais
fico novinho em folha
e parto á recolha
de 1000 conversas banais

tudo fica interessante
com mais um espumante
o meu país é lindo
e a humanidade é mesmo....
sei lá o quê

ai será que a vida que ser vivida
será que não
será que o sexo é só pra procriar
ou é só para armar confusão

dizem que tude está predestinado
que não há nada a fazer
então mais vale estar embriagado
pois é o que tinha de ser

gosto de me drogar
com virtude ou morfina
ou coisas mais finas
tudo é fácil de arranjar

só assim me suporto
e então não me importo
de ser um cidadão
dar a contribuição para
sei lá o quê

com um tiro na veia
chuto todo o mau gosto
para lá do sol posto
quase nada me chateia

tudo fica tranquilo
i eu já nem refilo
i o meu país é lindo
ia humanidade é mesmo tão
sei lá o quê, sei lá o quê

ai será que a vida que ser vivida
será que não
será que o sexo é só pra procriar
ou é só para armar confusão

dizem que tude está predestinado
que não há nada a fazer
então mais vale estar embriagado
pois é o que tinha de ser

Meus caros, vão ouvir esta belíssima canção e divirtam-se.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Parece que isto está mesmo mau e não sou o único que coloca essa característica na actual situação...

Afinal havia outra...

Ainda por aqui, porque de palavras apenas vivem os que delas sabem fazer bom uso e eu não me incluo nesse grupo de pessoas. Como o País está malzinho e eu estou a  ficar apertado com o excesso de tempo livre, vou tentar encontrar algo para fazer de produtivo - isto sim, muito mais complicado do que compreender debates sobre a origem e natureza do nosso conhecimento e quem quiser ajudar já sabe o que fazer, é falar!
Fica a pergunta da imagem porque é a pergunta que mais faço por estes dias e porque sei bem o que ela carrega para além das poucas palavras com que é formulada. mas seguir em frente é o caminho. Para quem também a coloca em seu nome, porque em nome dos outros é demasiado fácil, fica aqui a dica: 

Ninguém na rua na noite fria,
Só eu e o luar;
Voltava a casa quando vi que havia
Luz num velho bar.
Não hesitei,
Fazia frio e nele entrei.

Estando tão longe da minha terra
Tive a sensação,
De ter entrado numa taberna
De Braga ou Monção;
E um homem velho se acercou
E assim falou :

Vamos brindar com vinho verde
Que é do meu Portugal
E o vinho verde me fará recordar
A aldeia branca que deixei atrás do mar.

Vamos brindar com verde vinho
P'ra que possa cantar, canções do Minho
Que me fazem sonhar,
Com o momento de voltar ao lar.

Falou-me então daquele dia triste,
O velho Luís;
Em que deixara tudo quanto existe,
P'ra fazer feliz;
A noiva, a mãe, a casa, o pai
E o cão também.

Pensando agora naquela cena
Que tão estranha vi;
Recordo a mágoa, recordo a pena,
Que com ele vivi;
Bom português
Regressa breve e vem de vez !

Vamos brindar com vinho verde
Que é do meu Portugal
E o vinho verde me fará recordar
A aldeia branca que deixei atrás do mar.

Vamos brindar com verde vinho
P'ra que possa cantar, canções do Minho
Que me fazem sonhar,
Com o momento de voltar ao lar.

Vamos migrar para esse verde vinho... quero dizer, Minho!  

Milagres que acontecem ou mentes que se abrem - é escolher!

Bem-hajam caríssimos!

Portugal aos olhos deste que vos escreve, agora sentado na sua varanda com o sol alto o suficiente para que alguns centímetros de telha sejam suficientes para fazer sombra, está brilhante. Tudo o que a natureza nos proporciona continua em alta produção, mas ainda assim há problemas que não conseguimos enfrentar. Um desses problemas é mesmo a forma como nós conhecemos a natureza e como vamos afirmando ser a natureza das coisas. Ontem ouvi/vi alguém dizer na televisão, ao mesmo tempo em que o pensava, que um dos livros da sua vida era a "Crítica da Razão Pura". Não consegui deixar de colocar nesse facto imensa graça, porque alguns momentos antes tinha falado com quem terminantemente recusa o que desse livro se pode aprender. Já aqui defendi que nos devemos rodear de pessoas que são melhores do que nós, a todos os níveis, também já tive a oportunidade de afirmar que é igualmente necessário que a essa característica se junte o facto dessas pessoas pensarem de forma diferente, defendendo coisas diferentes. Mas como é que tudo isto se arranja? É fácil e não é necessário nenhum milagre, apenas aprender a viver como nos diz esse magnífico livro e autor, tendo sempre presente que as coisas são mais o que nelas colocamos do que algo de essencial. Não quero tentar negar que muitas das coisas que dizemos de muitas coisas não sejam semelhantes e por isso afirmar o seu contrário não seja um sinal de mera contradição, antes que mesmo afirmando coisas semelhantes elas nunca significarão a mesmíssima coisa para cada um de nós. O que nós colocamos nas coisas está muito para lá das simples características de firmeza ou de posição - verticalidade ou transversalidade face à curva terrena. Há coisas intangíveis que colocamos em tudo o que vivemos e até essas características aparentemente firmes na sua definição, significado e referência poderão ganhar contornos de imprecisão até chegarmos ao debate do copo meio-cheio ou meio-vazio.
Não é novidade para ninguém que aprecio de forma muito particular os ensinamentos dessas Críticas, como também não é novidade que acredito que elas abriram um mar de possibilidades para entendermos as nossas lindas cabecinhas e o que elas produzem. É aqui que eu penso encontrar o verdadeiro milagre sobre as nossas gadelhas, chama-se educação! Ela (e não um Ele) é tudo o que nos aproxima e distancia ao mesmo tempo, é o que nos permite afirmar da mesma coisa coisas semelhantes e ao mesmo tempo não deixar de promover a diferença entre aquilo que colocamos nas coisas. Confuso!? Espero que não, porque tudo isto acontece com a maior das simplicidades e não é de estranhar que nem se dê por ela, porque um dos senhores que pensou muito bem e só porque o outro ousou fazê-lo de uma forma crítica, afirma e bem que a educação não está completamente acessível à nossa capacidade de reflexão e por isso nem tudo o que aprendemos - essencialmente em crianças - não está aí para se transformar, antes para nos transformar naquilo que somos e as coisas naquilo que elas para nós representam.
Há tanto para dizer sobre este assunto e tanto mais para contrariar; há tanto para investigar e tanto mais para colocar na estante e esquecer; há tanto que vos queria transmitir e tanto mais que vos quero ocultar que por hoje chega. Não se esqueçam que são peixinhos, leôezinhos ou carneirinhos porque de peixes, leões e carneiros são filhos; mas também porque por trilhos de água, savana ou montanha se fizeram e se deixaram fazer e não se podendo alterar tudo há sempre qualquer coisinha que podemos tentar e não me refiro a esperar por um milagre ou por uma Ideia que caia do céu...

Beijos e até já.