Bem-hajam os meus queridos e os que também andam por aqui!
Seguia já no quente o ano de dois mil e qualquer coisa que agora não me recordo, quando o grupo dos cinco voltou a reunir-se para mais uma de festa, desta vez na cativante cidade de Coimbra. A recepção esteve ao mais alto nível do jeitoso que por lá passava em transito, aquele que em outro lugar fora alcunhado de número "2". Já de copo na mão, como é bom de constatar na basta tradição de estudantes e pessoas que estudam, o nosso aguerrido defesa lutava em defesa de valores que o ultrapassavam, mas que ele persistia em fazer passar para os que acabavam de chegar. O repto não demorou a ser aceite, bastou um largar de trouxas e dois dedos de conversa fiada, mais do que isso seria desperdício de tempo e tesos de tempo estavam todos porque acreditavam que um fim-de-semana passa a correr e nada mais havia para fazer. Daí até à entrada no primeiro estabelecimento de boa pinga e muito amor foi um tirinho! Lá dentro jorrou a cerveja bem fresca, um cigarro fumado de forma descomprometida e mais algumas palavras foram trocadas sobre todos os assuntos que surgissem. Podia-se falar de moda, sim, de roupinhas e cores lindas, podia-se falar de política no mais despropositado sentido teórico ou das práticas de um qualquer que ocupasse um lugar de direcção, da banca e dos seus lucros, mas também dos nossos lucros com tudo o que se estava a passar. Por vastos momentos nada mais interessava, nem mesmo as meninas que estavam sentadas ao nosso lado, nada! Mas também sempre acontecia a um de nós uma coisa sem sentido e ao seguir esse desatino lá se desviava da conversa para voltar a ela com uma novidade capaz de desconcertar tudo e todos... o avistamento de algo mais interessante que poderia catapultar a vida de qualquer jovem para a estratosfera do prazer. Mas já diz o povo e sabiamente, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe e estes desvios peregrinos normalmente acabavam sem mais. Mas aquele era um fim-de-semana que estava a ser escrito para ficar na memória de todos, do que primeiro partiu em direcção ao recinto da queima, mas também no daqueles que não lhe seguindo de imediato os passos, terminaram a primeira noite a vaguear pela cidade e a tentar ensinar o hino nacional a um par de meninas vindas da longínqua Nova Zelândia. A noite por esta aventura já merecia um relato, mas ela ainda estava a meio e o grupo de cinto tinha passado a quatro - não esquecer que alguém tinha entrado no recinto... - quando se entrou num bar com piano mais escrito do que tocado. Aí nasceu uma nova vida, porque mais uma cerveja era bebida, porque mais um cigarro era queimado e muita conversa se dispunha na frente dos outros quando alguém reparou que umas meninas de origem asiática estavam mesmo ali ao lado. Ele ainda hoje é conhecido por esse gosto, por essa vontade de viajar para a luminosa cidade de Tóquio e tudo se deu a entender naquele momento. Mas se a primeira noite terminava com esta novidade, a segunda prometia desde cedo ser uma maravilha. Começou com mais umas voltinhas por estabelecimentos de saída fácil e entrada facilitada, onde a cerveja jorrava fresca, o fumo fazia-se sentir mais do que o oxigénio e as meninas lá se passeavam. Não foi surpresa para ninguém quando o nosso defesa desapareceu mesmo à frente dos nossos olhos para se colocar junto de um grupo de donzelas ao balcão. Num abrir e fechar de olhos ele tinha feito dispor uns quantos shots, assim eram servidas as meninas, o menino e este menino. Depois de beber aquela bomba etílica, pedi uma cerveja e saí para deixar o nosso galante à vontade com a conversa do douto safado (safado aqui deve entender-se daquele que se safa, ou que se desenrasca, que passa o ano e de ano), mas saído do boteco tinha outro a jogar à defesa e como estava sozinho na árdua tarefa de defender sentiu logo a ausência do seu comparsa. Eu lá fui explicando que ele estava bem e sereno, mas a pressão sentida devia ser tal que só aumentou quando este viu o outro já sentado numa sacada a acender um cigarro especial enquanto prometia apontamentos de língua estrangeira (visto a esta distância até parece destino...). Depois de tanta aventura lá seguimos de copo cheio na mão para o recinto e desta vez entramos todos cheios de vontade de passar a noite como ela merecia ser passada. Mas lá está, mais uma vez seguindo o honrado povo, pau que nasce torto tarde ou nunca se endireita, e se naquela noite se sentiu a falta de um, agora sentia-se a falta de outro. Ele desapareceu tão depressa como apareceu e vinha lá de cara à banda! Ao que parece também é verdade que de noite todos os gatos podem ser pardos e ele tinha saído com quem tinha mais do que ele esperava, tanto que no desenfreado falatório só retive a frase "parecia que tinha ... por todo o lado, eram pelo menos quatro!"
A noite seguiu como todas as nossas noites, os cinco voltaram juntos e sozinhos para as suas caminhas e se as memórias contam para alguma coisa, estas marcam ainda algumas conversas presentes.
Beijos para todos e até já.