sexta-feira, 5 de julho de 2013

Parece que isto está mesmo mau e não sou o único que coloca essa característica na actual situação...

Afinal havia outra...

Ainda por aqui, porque de palavras apenas vivem os que delas sabem fazer bom uso e eu não me incluo nesse grupo de pessoas. Como o País está malzinho e eu estou a  ficar apertado com o excesso de tempo livre, vou tentar encontrar algo para fazer de produtivo - isto sim, muito mais complicado do que compreender debates sobre a origem e natureza do nosso conhecimento e quem quiser ajudar já sabe o que fazer, é falar!
Fica a pergunta da imagem porque é a pergunta que mais faço por estes dias e porque sei bem o que ela carrega para além das poucas palavras com que é formulada. mas seguir em frente é o caminho. Para quem também a coloca em seu nome, porque em nome dos outros é demasiado fácil, fica aqui a dica: 

Ninguém na rua na noite fria,
Só eu e o luar;
Voltava a casa quando vi que havia
Luz num velho bar.
Não hesitei,
Fazia frio e nele entrei.

Estando tão longe da minha terra
Tive a sensação,
De ter entrado numa taberna
De Braga ou Monção;
E um homem velho se acercou
E assim falou :

Vamos brindar com vinho verde
Que é do meu Portugal
E o vinho verde me fará recordar
A aldeia branca que deixei atrás do mar.

Vamos brindar com verde vinho
P'ra que possa cantar, canções do Minho
Que me fazem sonhar,
Com o momento de voltar ao lar.

Falou-me então daquele dia triste,
O velho Luís;
Em que deixara tudo quanto existe,
P'ra fazer feliz;
A noiva, a mãe, a casa, o pai
E o cão também.

Pensando agora naquela cena
Que tão estranha vi;
Recordo a mágoa, recordo a pena,
Que com ele vivi;
Bom português
Regressa breve e vem de vez !

Vamos brindar com vinho verde
Que é do meu Portugal
E o vinho verde me fará recordar
A aldeia branca que deixei atrás do mar.

Vamos brindar com verde vinho
P'ra que possa cantar, canções do Minho
Que me fazem sonhar,
Com o momento de voltar ao lar.

Vamos migrar para esse verde vinho... quero dizer, Minho!  

Milagres que acontecem ou mentes que se abrem - é escolher!

Bem-hajam caríssimos!

Portugal aos olhos deste que vos escreve, agora sentado na sua varanda com o sol alto o suficiente para que alguns centímetros de telha sejam suficientes para fazer sombra, está brilhante. Tudo o que a natureza nos proporciona continua em alta produção, mas ainda assim há problemas que não conseguimos enfrentar. Um desses problemas é mesmo a forma como nós conhecemos a natureza e como vamos afirmando ser a natureza das coisas. Ontem ouvi/vi alguém dizer na televisão, ao mesmo tempo em que o pensava, que um dos livros da sua vida era a "Crítica da Razão Pura". Não consegui deixar de colocar nesse facto imensa graça, porque alguns momentos antes tinha falado com quem terminantemente recusa o que desse livro se pode aprender. Já aqui defendi que nos devemos rodear de pessoas que são melhores do que nós, a todos os níveis, também já tive a oportunidade de afirmar que é igualmente necessário que a essa característica se junte o facto dessas pessoas pensarem de forma diferente, defendendo coisas diferentes. Mas como é que tudo isto se arranja? É fácil e não é necessário nenhum milagre, apenas aprender a viver como nos diz esse magnífico livro e autor, tendo sempre presente que as coisas são mais o que nelas colocamos do que algo de essencial. Não quero tentar negar que muitas das coisas que dizemos de muitas coisas não sejam semelhantes e por isso afirmar o seu contrário não seja um sinal de mera contradição, antes que mesmo afirmando coisas semelhantes elas nunca significarão a mesmíssima coisa para cada um de nós. O que nós colocamos nas coisas está muito para lá das simples características de firmeza ou de posição - verticalidade ou transversalidade face à curva terrena. Há coisas intangíveis que colocamos em tudo o que vivemos e até essas características aparentemente firmes na sua definição, significado e referência poderão ganhar contornos de imprecisão até chegarmos ao debate do copo meio-cheio ou meio-vazio.
Não é novidade para ninguém que aprecio de forma muito particular os ensinamentos dessas Críticas, como também não é novidade que acredito que elas abriram um mar de possibilidades para entendermos as nossas lindas cabecinhas e o que elas produzem. É aqui que eu penso encontrar o verdadeiro milagre sobre as nossas gadelhas, chama-se educação! Ela (e não um Ele) é tudo o que nos aproxima e distancia ao mesmo tempo, é o que nos permite afirmar da mesma coisa coisas semelhantes e ao mesmo tempo não deixar de promover a diferença entre aquilo que colocamos nas coisas. Confuso!? Espero que não, porque tudo isto acontece com a maior das simplicidades e não é de estranhar que nem se dê por ela, porque um dos senhores que pensou muito bem e só porque o outro ousou fazê-lo de uma forma crítica, afirma e bem que a educação não está completamente acessível à nossa capacidade de reflexão e por isso nem tudo o que aprendemos - essencialmente em crianças - não está aí para se transformar, antes para nos transformar naquilo que somos e as coisas naquilo que elas para nós representam.
Há tanto para dizer sobre este assunto e tanto mais para contrariar; há tanto para investigar e tanto mais para colocar na estante e esquecer; há tanto que vos queria transmitir e tanto mais que vos quero ocultar que por hoje chega. Não se esqueçam que são peixinhos, leôezinhos ou carneirinhos porque de peixes, leões e carneiros são filhos; mas também porque por trilhos de água, savana ou montanha se fizeram e se deixaram fazer e não se podendo alterar tudo há sempre qualquer coisinha que podemos tentar e não me refiro a esperar por um milagre ou por uma Ideia que caia do céu...

Beijos e até já.