Era uma vez uma menina bonita, com cabelos da cor do sol e raios de beleza petrificante, que todos os dias contemplava as estrelas, na ânsia de realizar o seu desejo.
Ora, se a realização do seu desejo tinha o seu caminho para o objecto de contemplação de todos os dias nas estrelas, porque não trazê-las para si, e marcá-las para todo o sempre como símbolo, na lesão mais profunda do seu desejo. Assim, três estrelas foram, e estam demarcadas no seu pescoço, mesmo debaixo da sua orelha esquerda.
Estas três estrelas, segunda a ignorância popular, seria significado de admiração pelo mesmo tipo de figura. Mas só ela, no seu interior, sabe que almeja por algo diferente de si, e acima de tudo sua companhia.
Essa menina, frequentadora habitual dos mesmos, locais e circulos pessoais, por convívio natural, cedeu a musicalidade amorosa e reconfortante do não desconhecido. Um conhecido de longa data.
A companhia foi obtida naturalmente pelos anos de convivência, mas soava a uma redenção sobre algo mais forte, que procurava, e que não tinha alcançado, a transcendência, o inexplicável impulso.
Este casal todos os dias se sentava numa bela esplanada com vista para o parque mais bonito da cidade. Todos os dias, este casal se esgotava nas mesmas conversas que tinham na convivência pré-casal, mantendo-se no entanto o vínculo, apenas para bem da constância da sagrada palavra companhia.
Certo dia, num desses belos dias de sol, sentados nessa bela esplanada do parque, surge por entre as irrequietas folhas, fruto da mãe brisa, uma companhia diferente de si e do seu. Este, senta-se na mesma esplanada e retoma a leitura de um livro no ponto demarcado.
Essa nova figura, num misto de audácia e de forçada inocência fez reparo dessa menina. A retribuição do acto por parte da menina foi naturalmente mais demorado, ainda que subtil, em toda a sequência da chegada dessa nova figura.
A verdade foi, que a nova chegada, dessa figura, fez balançar a frase “a amizade é o amor que nunca morre” como uma redenção da falta de um sentimento mais transcendente, provocando assim a ruptura instântanea da ténue companhia.
Assim, esta menina bonita, anda agora, verdadeiramente, em sofrimento pelo desejo provocado pela lesão de suas estrelas, procurando a real redenção num qualquer local de natureza láctea. PS: Esta longa jornada foi bonita, mas como "só os mais sábios e os mais tolos nunca mudam", com os mesmos espinhos, lancei aqui a última rosa venenosa do meu mais belo jardim.
Vêmo-nos por outros jardins!!!
espero, verdadeira e convictamente, que este não tenha sido o último espinho de uma rosa que sempre primou pelo intenso e saboroso aroma do fresco vocábulo. se perguntam neste momento pelo aroma da "palavra", digo-vos eu que toda a palavra tem cheiro e nenhum cheiro seria ente sem palavra. mas agora o que se segue é...
ResponderExcluirbem, não consigo ler esta história sem pensar que definitivamente é história e não estória. os detalhes são precisos e não deixam de revelar conhecimento profundo. um dia disse-lhe, a este que tão bem nos (d)escreve, que uma menina - bem gira e um nadinha estrábica - o olhava desde um dia de carnaval... mais anterior será a data precisa deste início de olhares, mas não consigo ser tão preciso. com esta conversa toda, o que realmente interessa é saber se este ainda se cruza com aquela...
ps.: voltemos à escrita, ainda que menos regular ou mais histórica...
"Posso não concordar contigo, mas vou enfrentar o mundo para defender o direito que o tens de fazer", na continuidade desse "aroma do fresco vocábulo"! Ou um dia, volto a não ser sábio ou mesmo tolo, e dou asas de novo ao verbo da transcrição do meu PS!
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